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Como o Google Lida com JavaScript no Processo de Indexação: Estudo da Vercel e MERJ

Descubra como o Google lida com a renderização de JavaScript no processo de indexação, desmistificando mitos e oferecendo práticas essenciais de SEO para otimizar seu site com frameworks modernos como Next.js.

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Como o Google Lida com JavaScript no Processo de Indexação: Estudo da Vercel e MERJ

A otimização para motores de busca (SEO) está em constante evolução, e um dos maiores desafios para desenvolvedores e especialistas tem sido a renderização de conteúdo JavaScript pelo Google. Nos últimos anos, surgiram diversos mitos sobre como o Google lida com JavaScript, o que afetou o planejamento de SEO de muitos sites modernos.

Para esclarecer esse cenário, a Vercel, em parceria com a MERJ, conduziu um estudo detalhado sobre como o Google rende JavaScript ao longo do processo de indexação. Este artigo resume os principais achados do estudo, desmistifica crenças ultrapassadas e oferece insights práticos para otimizar sites que utilizam JavaScript.

A Evolução da Renderização do Google

Entender a evolução do Google na renderização de JavaScript é fundamental para otimizar seu site. Veja como o Google progrediu:

  • Antes de 2009: Suporte Limitado ao JavaScript
    No início, o Google indexava apenas HTML estático, deixando o conteúdo gerado por JavaScript invisível aos motores de busca. Isso fez com que muitos desenvolvedores optassem por HTML estático para garantir visibilidade.

  • 2009-2015: Esquema de Rastreamento AJAX
    O Google introduziu o esquema de rastreamento AJAX, que permitia entregar snapshots HTML de conteúdo dinâmico. Apesar de útil, era uma solução paliativa e exigia a criação de versões separadas das páginas.

  • 2015-2018: Renderização Inicial de JavaScript
    A introdução do Chrome headless foi um avanço, permitindo ao Google renderizar JavaScript, mas ainda com algumas limitações.

  • 2018 até Hoje: Renderização Moderna
    Atualmente, o Googlebot utiliza uma versão atualizada do Chrome para processar JavaScript. Ele tenta renderizar todas as páginas HTML e consegue processar tecnologias modernas com facilidade, o que marca um grande avanço.

Desmistificando Mitos Sobre a Renderização de JavaScript

O estudo da Vercel e MERJ destacou quatro mitos comuns que ainda existem no mercado sobre o Google e JavaScript:

Mito 1: “O Google Não Consegue Renderizar Conteúdo JavaScript”

Muitos desenvolvedores ainda evitam frameworks JavaScript por acreditarem que o Google não renderiza ou indexa corretamente esse conteúdo.

Conclusão do Estudo:
O Google é totalmente capaz de renderizar e indexar conteúdo JavaScript, mesmo em frameworks modernos como Next.js. Em mais de 100.000 interações analisadas, 100% das páginas HTML foram totalmente renderizadas, incluindo as que carregavam conteúdo dinâmico via chamadas de API.

Mito 2: “O Google Trata Páginas JavaScript de Forma Diferente”

Há quem acredite que o Google tem critérios diferentes para páginas com muito JavaScript em comparação a páginas estáticas.

Conclusão do Estudo:
O Google não trata páginas JavaScript de forma diferente. O estudo mostrou que, independentemente do nível de complexidade do JavaScript, o Google renderiza todas as páginas da mesma forma, contanto que o status da página seja 200 (OK).

Mito 3: “A Fila de Renderização e o Timing Impactam Significativamente o SEO”

Muitos acreditam que a renderização de páginas com muito JavaScript enfrenta longos atrasos e afeta o SEO.

Conclusão do Estudo:
Embora exista uma fila de renderização, a maioria das páginas é renderizada em questão de segundos ou minutos. Em casos raros, o atraso pode ser de horas, mas isso é a exceção e não a regra. URLs com parâmetros de query tendem a ter um atraso maior, mas isso depende da estrutura da URL.

Mito 4: “Sites Pesados em JavaScript Têm Descoberta de Páginas Mais Lenta”

Existe a crença de que sites que dependem da renderização no cliente (client-side rendering) são rastreados mais lentamente pelo Google.

Conclusão do Estudo:
Mesmo em sites pesados com JavaScript, o Google consegue descobrir e rastrear links renderizados de forma dinâmica. No entanto, sites que utilizam renderização no servidor (SSR) ou pré-renderização (SSG) têm uma vantagem em termos de descoberta imediata de links. No geral, o uso de um sitemap.xml atualizado reduz bastante a diferença de tempo na descoberta.

Implicações e Recomendações Práticas

Com base no estudo, especialistas da Vercel e MERJ sugerem as seguintes práticas para otimizar sites JavaScript:

  1. Abrace o JavaScript
    Não há mais razão para evitar JavaScript por medo de afetar o SEO. Use frameworks como Next.js, que oferecem soluções híbridas de renderização, equilibrando server-side rendering (SSR) e client-side rendering (CSR).

  2. Otimize Elementos de SEO Críticos
    Tags SEO importantes, como títulos e metadados, devem ser renderizados no servidor para garantir que o Google os veja logo na primeira carga. Isso também inclui elementos essenciais para os Core Web Vitals, como o tempo de carregamento e a interatividade.

  3. Gerencie Recursos com Cuidado
    Evite bloquear o Google de acessar arquivos essenciais via robots.txt, como JavaScript, CSS ou APIs. Esses arquivos são cruciais para que o Google renderize o conteúdo corretamente.

  4. Use um Sitemap Atualizado
    Um sitemap.xml atualizado é a melhor maneira de garantir que o Google descubra e rastreie todas as páginas do seu site. Para sites grandes, a tag <lastmod> no sitemap pode ajudar o Google a priorizar o conteúdo mais recente.

  5. Monitore Regularmente no Google Search Console
    Use o Google Search Console para verificar como o Google está rastreando e renderizando suas páginas. A ferramenta de inspeção de URL é útil para identificar problemas de renderização.

  6. Core Web Vitals e SEO
    Não se esqueça dos Core Web Vitals. Eles são cruciais para o desempenho do site e impactam diretamente o ranking. A performance do site, especialmente a velocidade, continua sendo um fator importante de classificação.

Exemplo Prático: Renderização de Página Estática vs Página com JavaScript

Considere um exemplo simples de uma página de e-commerce. Uma página estática carregaria todo o conteúdo no servidor e o entregaria ao usuário de uma só vez. Por outro lado, uma página JavaScript-heavy, como uma SPA (Single Page Application), carregaria inicialmente um shell básico e, em seguida, buscaria o conteúdo via API após a interação do usuário.

Ambos os tipos de página podem ser bem indexados pelo Google, desde que as práticas de SEO recomendadas sejam seguidas. No entanto, a página com renderização no cliente pode apresentar um leve atraso na descoberta dos links, já que o Google precisa primeiro renderizar o JavaScript para então encontrar o conteúdo.

Conclusão

O estudo da Vercel e MERJ mostrou que muitos dos medos em relação à renderização de JavaScript pelo Google são infundados. Com as práticas corretas, você pode usar frameworks JavaScript modernos sem sacrificar o SEO. Ao otimizar a experiência do usuário, manter sitemaps atualizados e usar ferramentas de monitoramento, você garantirá que o Google esteja rastreando e indexando seu site de forma eficiente.

Lembre-se: o foco deve ser na performance, tanto para o usuário quanto para o Googlebot. Sites rápidos e com boa interatividade têm uma chance maior de performar bem nos rankings de busca.

Marcos TadeuM
ESCRITO POR

Marcos Tadeu

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